Razões para nos alimentarmos sem o sofrimento de outros seres

Deveríamos ser capazes de recusar-nos a viver se o preço da vida é a tortura de seres sensíveis. Tempo virá em que os homens verão o assassinato de animais como eles vêem hoje o assassinato de humanos.

Mohandas Gandhi

1.       Antibióticos e hormônios: a crescente demanda no consumo de carne tem provocado uma indústria cruel, não se importando com a forma e cuidados com os animais nem com os humanos. Muitos hormônios são fornecidos ao gado de corte para a engorda, principalmente anabolizantes que aumentam a massa corporal, gerando um desequilíbrio em todo o mecanismo de regulação hormonal daqueles que a consomem, O DDT é um pesticida cancerígeno que continua a ser usado na maioria dos países da América Latina. O benzopireno é um corante muito encontrado nas carnes para manter a aparência avermelhada e para dar bom aspecto. O nitrato de potássio e o sulfito de sódio, usados para dar cor e boa aparência, também são cancerígenos. Muitos antibióticos provenientes da ração química dos animais de corte e remédios veterinários são igualmente assimilados pelo organismo daqueles que ingerem a carne.

2.       Sacrifício de animais: o ato de alimentar-se de carne exige o sacrifício de bilhões de criaturas do reino animal, especialmente aves, suínos, bovinos, caprinos e peixes. Segundo o Dr. Márcio Bontempo, “cada brasileiro come, aproximadamente, uma vaca a cada dez anos, o que significa que, ao longo da sua vida coma, em média, sete vacas. Como os porcos pesam menos que os bovinos, cada brasileiro come, em média, treze porcos ao longo da sua existência. Já o consumo per capita de frango no Brasil é de cerca de vinte e um por ano, somando duzentos e dez a cada decênio e, ao longo da sua existência (se os hormônios permitirem que viva…) o brasileiro devora cerca de mil e quinhentos animais”.

3.       Crueldade: os animais são criados e mantidos em condições extremas e abomináveis, vivendo em habitat totalmente antinatural em gaiolas, ou confinado em pequenos espaços, não tendo o direito natural de exercer seus instintos. São engordados quimicamente em condições constantes de estresse. No momento do abate, são transportados, às vezes, por longas distâncias, onde suas vidas são brutalmente e cruelmente ceifadas, espalhando pelo ar um profundo sofrimento, muita adrenalina, cheiro de morte e violência. Segundo José Salvador Caballero, físico e presidente da Loja Teosófica Fraternidade, “com a mesma frieza, seus cadáveres são retalhados, sendo que algumas partes vão para os açougues, enquanto que outras transformam-se em nomes atrativos como hot-dog, salsichas, linguiças, presuntos, tender, gelatina, gordura animal, etc.”.

4.       Saúde: o consumo de carnes (bovina, suína, aves, peixes, ovos, carnes condicionadas) produz o surgimento de diferentes doenças, que atualmente acometem milhões de pessoas em todo o mundo. São elas: hipertensão arterial, gota, reumatismo, arteriosclerose, artrite, alergias, doenças de pele, diferentes tipos de câncer, alto nível de colesterol, prisão de ventre, putrefação intestinal, acidez estomacal, problemas cardíacos, renais, biliares, estomacais, diminuição da capacidade do organismo de se defender de infecções, doenças crônicas, tendência à obesidade, cãibras, lentidão mental e falta de energia.

5.       Ecologia: O desequilíbrio da natureza cresce a cada dia e de forma insustentável, pois a produção de carne em grande escala tornou-se um fator consideravelmente poluidor, já que as fezes animais são cento e trinta vezes maiores que os excrementos humanos, e o gás metano liberado das fezes animais e de suas flatulências são responsáveis, em grande parte, pelo efeito estufa.

Em seu livro “Fundamentos do Vegetarianismo”, Marly Winckler diz:

·         Quantidade de cereais e soja, em quilos, necessária para produzir um quilo de carne: sete;

·         Pessoas que seriam alimentadas com cereais usados para gerar 225g de carne: quarenta;

·         Produtos comestíveis que podem sem produzidos em um hectare de terra boa, em quilos: feijão, 11.200 – maçã, 22.400 / cenoura, 34.900/ batata, 44.800/ tomate, 56.000/ carne, 280;

·         Número de litros de água necessários na Califórnia, para produzir um quilo de: tomate, 39/ trigo, 42/ leite, 222/ ovos 932/ frango 1.397/ porco, 2794/ gado, 8939;

·         Dejetos, em quilos, gerados na criação de animais, para cada quilo de carne: gado, 7 a 9 e suínos, 3,5.

6.       Espiritualidade: a carne é um alimento que se opões ao Dharma (Lei Eterna da Vida) e é geradora de sofrimento, portanto, não é considerada o melhor alimento à vida espiritual do homem. Ela contribui para manter a violência na sociedade humana, gera imoralidade, brutalidade e o desrespeito. Para trilhar a vida espiritual, requer-se que o caminhante busque sutilizar cada vez mais seus veículos de consciência, aumentando a clara visão e despertando um amor incondicional que se estenda a todas as formas de vida. O consumo de carne embrutece a natureza humana, desviando-a de seu propósito original e de sua natureza divina.

De: Vegetarianismo Sustentando a Vida – Maria Laura Garcia Packer – Ed. Letradágua – ISBN 85-87648-08-X  

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